domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Santa Doida de Adélia


Entre o abrir e o fechar de uma janela,
Pelas frestas da veneziana,
Ele a visitou.
Sem clarões nem estrondos,
Entre o perfume dos gerânios
E a palidez da lua,
Ele a visitou.

Antes calma e arrazoada, a Santa endoideceu.
Doida, doida pelo Amor de Deus,
A Santa,
Iluminada pelos tremeluzes da luz de vela,
Cantou seus lamentos,
Chorou os anos de indecisão,
E olhou para os cacos de sua vida
no solo de sua morada.

Mas os barulhos da rua eram tantos,
Tão altos aqueles barulhos na rua,
Que ninguém, além daqueles gatos,
Ouviu o lamento da Doida Santa.
Ninguém, além do retrato na parede,
Viu a Santa Doida, todos os dias, chorando.

(Por isso o cavaleiro de plumas brancas não veio...
Também, eram outras as fantasias naquele carnaval!)

5 comentários:

Liliane Stolarski disse...

Toda mulher é um pouco santa doida.

Liliane Stolarski disse...

Toda mulher tem um pouco de santa doida.

Liliane Stolarski disse...

Toda mulher é um poco santa doida.

Liliane Stolarski disse...

Toda mulher tem um pouco de santa doida.

Rosilene Maciel Dos Santos disse...

" Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar..." Estas são as palavras de Raul Seixas"Enquanto te rezei,ó santa... Deliciosa &
Surpreendente Poesia