sábado, 12 de janeiro de 2008

O Corpo do Mundo

Estava afastado de mim havia dez anos quando a porta se entreabriu.
Qual a máquina do mundo para Carlos,
entreabriu-se numa fina fresta sem clarões nem estrondos.
Esquiva, passei pelo vão pensando reencontrar-me.

Lentamente arrastei meu pesado corpo
pelos espaços que de mim se desdobravam.
Dobras rangentes em vão se moveram
em direção ao mim fora de mim.

Por tanto tempo inerte
o corpo, doente, ressentiu-se na dor
e a mente, cansada de mentar,
mentou-se ainda mais uma vez:
corpo entre outros corpos.

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